domingo, 14 de março de 2010

Ultrassom morfológico



Há algumas semanas eu fiz um outro ultrassom, o ultrassom morfológico. É um procedimento longo, demora quase uma hora e o médico vai examinando cada partezinha do neném e explicando separadamente. Tem cada coisa que é linda de ver, o pézinho e seu hálux (que eu aprendi, é o nome chique para dedão), a parte que vai do ombro até a orelha passando pelo pescoço e o coraçãozinho batendo.  Engraçado é quando o médico mostra a tela do computador completamente preta, faz um círculo no meio e diz: "esse é o rim dele". O Tiago, é claro, quer logo ver o pintinho do neném, aliás, um pintão que ele exibe sem o menor pudor, balançando pra lá e pra cá, deixando o papai tão orgulhoso. A minha parte preferida é a coluna vertebral. Desde o primeiro ultrassom eu adoro ver a coluna, acho tão vigoroso e é tão bonito ver quando ele alonga e depois curva sua coluninha.
É, ele está bem grandinho. E já não tem mais tanto espaço pra se mexer lá dentro da barriga. À medida que ele cresce, vai deixando de ser aquele neném de 13 gramas tão independente e que apareceu, com seu cabeção, olhando pra mim no primeiro ultrassom pra se tornar um recém-nascidinho, de talvez uns 3 quilos, frágil e que só vai saber chorar, dormir e mamar. Ele já tem uma sunga, se quiser nadar e ganhou um roupão pra se enxugar. A bola é pra jogar com os amigos João Pedro e Matheus. E, quem sabe, vai ter uma namoradinha, Lara ou Laura (se preferir uma menina mais velha, como o papai preferiu a mamãe).  Mas, primeiro, só vai chorar, dormir e mamar.

domingo, 7 de março de 2010

Tim




Outro dia me lembrei de uma coisa. Aliás, não sei como pude esquecer. Aliás, acho que era mesmo pra esquecer e depois lembrar.

Quem me conhece muito e há muito tempo sabe que minha mãe escreveu um livro chamado a história de Tim. É uma historinha para crianças sobre um elefantinho de borracha comprado por um casal e levado para enfeitar um quarto de bebê. Ele passou  meses longos e tristes numa sacola, dentro do armário, esperando o bebê nascer. Quando isso aconteceu, foi tirado da sacola e colocado na prateleira de um quarto azul, onde esperou outros tantos meses até que o bebê tivesse tamanho para brincar com ele. Finalmente, foi tomado nos braços por Adriana. Passou anos de glória brincando com Adriana e os outros brinquedos do quarto. Um dia, a menina já crescida o guardou novamente dentro do armário. Tim passou muitos anos assim, mas agora com as lembranças felizes dos momentos que passou com Adriana. Foi uma surpresa quando Adriana, que já era uma moça e já estava casada, voltou para buscar Tim e leva-lo para enfeitar outro quarto de bebê.

Então, acho que já está na hora de buscar Tim e trazê-lo para enfeitar o quarto do Tomás. Tenho certeza que Tim vai gostar do Tomás tanto quanto gostou de Adriana.