terça-feira, 14 de setembro de 2010

Himself

Outro dia estava contando para uma amiga canadense que o Tomás dorme a noite toda e só acorda às 6 da manhã. Às vezes ele até acorda um pouco antes, por volta de 5:30, mas espera até as 6 pra mamar. A amiga então perguntou: espera como? Ah, ele fica no berço mexendo as perninhas, brincando "by himself". E é claro que eu já contei essa história em português várias vezes, não sem ressaltar a autonomia do meu filho em ficar sozinho brincando. Mas quando eu disse em inglês "himself" tomei um susto, um susto muito mais assustador do que o que eu tomei quando disse "a mãe do Tomás". É porque, acreditem, é difícil pensar que ele é mesmo um "self", assim, by himself. 
Logo  depois que o Tomás nasceu eu passei a detestar o quarto dele. Ele passava a noite no meu quarto porque era mais prático, mamava na sala porque era mais confortável e no resto do dia não ficava no quarto dele porque lá era mais frio. Cismei e pronto! Na verdade o único problema do quarto dele era ser dele, só dele. Mas aí eu percebi que o Tomás precisava desse tal quarto dele e passei a colocá-lo pra dormir no berço, amamentar ali e parece que ele gostou porque ficou mais calmo. E agora quando eu entro no quarto pra dar de mamar às 6 da manhã, ele olha pra mim, vira a cabecinha pro lado e dá um sorrisinho, como quem diz "Oi! É você? Estava mesmo te esperando aqui, enquanto eu brincava, by myself!"