Há algumas semanas eu fiz um outro ultrassom, o ultrassom morfológico. É um procedimento longo, demora quase uma hora e o médico vai examinando cada partezinha do neném e explicando separadamente. Tem cada coisa que é linda de ver, o pézinho e seu hálux (que eu aprendi, é o nome chique para dedão), a parte que vai do ombro até a orelha passando pelo pescoço e o coraçãozinho batendo. Engraçado é quando o médico mostra a tela do computador completamente preta, faz um círculo no meio e diz: "esse é o rim dele". O Tiago, é claro, quer logo ver o pintinho do neném, aliás, um pintão que ele exibe sem o menor pudor, balançando pra lá e pra cá, deixando o papai tão orgulhoso. A minha parte preferida é a coluna vertebral. Desde o primeiro ultrassom eu adoro ver a coluna, acho tão vigoroso e é tão bonito ver quando ele alonga e depois curva sua coluninha.
É, ele está bem grandinho. E já não tem mais tanto espaço pra se mexer lá dentro da barriga. À medida que ele cresce, vai deixando de ser aquele neném de 13 gramas tão independente e que apareceu, com seu cabeção, olhando pra mim no primeiro ultrassom pra se tornar um recém-nascidinho, de talvez uns 3 quilos, frágil e que só vai saber chorar, dormir e mamar. Ele já tem uma sunga, se quiser nadar e ganhou um roupão pra se enxugar. A bola é pra jogar com os amigos João Pedro e Matheus. E, quem sabe, vai ter uma namoradinha, Lara ou Laura (se preferir uma menina mais velha, como o papai preferiu a mamãe). Mas, primeiro, só vai chorar, dormir e mamar.